segunda-feira, 20 de junho de 2011

Mineiros do Chile visitam Israel e falam com exclusividade ao nosso blog

Por Amanda Aron / Fotos: Plinio Zúnica e Ministério do Turismo de Israel

A história dos 33 mineiros, presos durante 69 dias em um abrigo improvisado na mina San José, no Norte do Chile, depois de um desmoronamento, no dia 5 de agosto de 2010, impressionou o mundo inteiro, pela coragem e fé de cada um.

Recentemente, eles receberam um convite especial do ministro do Turismo de Israel, Stas Misezhnikov, para conhecer a Terra Santa. Os mineiros embarcaram no Chile no dia 22 de março e fizeram uma breve parada no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, onde falaram ao blog com exclusividade.

Superação

José Henriquez, de 56 anos, o único evangélico do grupo, demonstra ser um homem de muita fé. Ele conta que era ele quem organizava as orações dentro da mina, com o intuito de alimentar a esperança de cada um. “Eu sempre levei a Palavra de Cristo para todos. Dentro da mina também fiz isso”, orgulha-se.

Para a maioria deles, a fé foi o ponto crucial que os fortalecia para não desistirem do resgate. Nos primeiros 17 dias do acidente, não tiveram nenhum tipo de contato com o mundo exterior, portanto, não sabiam se havia alguma mobilização para um possível resgate. “Eu orava muito enquanto estive lá dentro, foi a forma que encontrei para superar o medo”, revela o sorridente Florêncio Ávalos (foto ao lado), de 31 anos, o primeiro a ser resgatado, no dia 13 de outubro.

Conhecendo a Terra Santa

Em Israel, os mineiros tiveram uma rotina intensa. Primeiro, conhecerão Jerusalém e o Muro das Lamentações, depois disso, visitaram os principais pontos turísticos para o cristianismo, a exemplo do Rio Jordão, Mar da Galileia, Belém e Nazaré.

Desde que terminou o confinamento, eles receberam convites para viajar a muitos países. Já estiveram no Canadá, Alemanha, China e nos Estados Unidos, onde conheceram a Disney World. No entanto, para eles, nenhuma dessas viagens possui o peso de conhecer Israel. “Não se pode comparar. Eu sinto toda a diferença de viajar para lá. Em primeiro lugar porque poderei descansar, sentir um conforto espiritual e também agradecer muito por tudo o que aconteceu comigo. Claro, iremos passear bastante, mas antes de tudo eu irei agradecer (a Deus), sempre, em primeiro lugar”, emociona-se Ávalos.

Perspectivas

Como a maioria dos mineiros resgatados, Ávalos pretende continuar trabalhando em minas, o que, para alguns, é uma profissão de orgulho. “Acredito que depois de tudo o que aconteceu, o governo chileno dará mais atenção aos mineiros; se preocupará mais com a segurança. Eu pretendo continuar trabalhando em minas, apesar de não ser a vontade de minha esposa. Ela sente muito medo, devido a tudo que aconteceu”, pondera.

“A história deles foi, acima de tudo, uma prova de superação, fé e coragem, por isso receberam esse convite para conhecer Israel”, afirma Cleo Ickowicz, diretora do Ministério do Turismo de Israel no Brasil.

+ Trabalhadores invisíveis +

O gari Moisés posa ao lado da estátua que representa sua profissão

Texto e imagens: Amanda Aron (amanda.aron@gmail.com)

“O trabalho dignifica o homem”, a célebre frase cunhada por Max Weber, pensador alemão do século 20, parece fazer mais sentido em São Paulo. A cidade é referência internacional aos que buscam emprego e melhores salários.

No dia em que São Paulo comemorou seus 457 anos (25 de janeiro último), a capital foi palco de uma justa homenagem àqueles que, essencialmente, também fazem dela a maior cidade da América Latina e uma das maiores do mundo: os trabalhadores da limpeza e manutenção urbana.

Eles foram presenteados com quatro estátuas de bronze na praça do metrô Marechal Deodoro (zona oeste). O artista plástico Murilo Sá Toledo, que esculpiu as obras, se orgulha: “É um prazer homenagear quem tem tanto valor e é pouco reconhecido pela sociedade.”

As obras foram baseadas em figuras populares presentes no dia a dia do paulistano, como a estátua da faxineira torcendo um pano (foto ao lado). “Ela é bela, mas judiada pela vida”, explica Murilo. O gari, que faz do caminho por onde todos passam um ambiente mais agradável e limpo, a copeira, popularmente conhecida como “a tia do café”, e o jardineiro, que embeleza artisticamente os jardins da cidade, também foram homenageados.

Para Wagner Antonelli, diretor do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Prestação de Serviços de Asseios e Conservação e Limpeza Urbana de São Paulo (Siemaco-SP), a responsável pela obra, o projeto é um marco para o País. “É o primeiro monumento a homenagear essa classe de trabalhadores, e é muito importante, porque eles fazem parte da nossa cultura.”

Moisés Francisco Nogueira, gari da prefeitura, varre diariamente as ruas daquela região, e se emocionou ao ver as estátuas: “A gente trabalha tanto e ninguém enxerga o que fazemos, não olham para a gente e muitos até desfazem dos garis, o que muitas vezes nos deixa constrangidos. Essa homenagem me deixou muito contente”, afirma ele enquanto admira as estátuas.

Murilo revela buscar inspiração divina para as suas obras. “Eu peço sabedoria a Deus”, confessa. E, talvez, seja esse o motivo por que as estátuas pareçam tão reais. A intenção da homenagem é tornar essas pessoas visíveis e reconhecidas pela sociedade, que é beneficiada diretamente com o serviço delas. E lembrar a população de que todo trabalho é igualmente digno de respeito.

Ceviche, o sushi dos Andes

Por Amanda Aron (amanda.aron@gmail.com) / Foto: Thinkstock

A primeira receita a apresentar peixe cru aos brasileiros veio do Japão, os tradicionais sushis e sashimis. Agora, a novidade vem do Peru com o ceviche, um prato colorido que mistura pescado branco cru marinado em suco de limão, cebola roxa, pimentão, cheiro-verde e pimenta dedo-de-moça.

O resultado dessa mistura é um prato leve e saboroso que combina bem com o verão que se aproxima, podendo ser servido tanto na entrada ou como prato principal, acompanhado de pão. O preparo do ceviche é simples e os ingredientes são baratos, uma ótima opção para quem pretende inovar em uma refeição mais sofisticada ou simplesmente receber amigos em casa.

Um prato nutritivo

A mistura entre o suco de limão e o peixe cru deriva um caldo conhecido como “leche de tigre”, traduzido para o português como “leite de tigre”, por sua coloração esbranquiçada, lembrando o leite e por deixar “forte como um tigre” quem o bebe. “É que os peixes são ricos em proteína de alto valor biológico e possuem gordura insaturada, um tipo de gordura boa para o organismo porque contém ácidos graxos Ômega 3 e 6, além de ser fontes de vitaminas A, B1, D e E,cálcio e zinco”, informa a nutricionista Ana Carolina Mansur.

Aprenda a preparar o ceviche:

Porção: 4 pessoas

Preparo: fácil

Tempo: 20 minutos

Ingredientes:

-800 gramas de pescada branca fresca

-5 limões

-1 cebola roxa

- 1 pimentão vermelho

-Cheiro verde e sal a gosto

-1 pimenta dedo-de-moça

Se preferir, inclua camarões à receita.

Modo de preparo:

Corte o peixe em cubos iguais (aproximadamente dois centímetros de cada lado), acrescente o suco de limão e o sal em uma vasilha funda. Reserve.

O tempo que você deixar reservado é o tempo em que o peixe vai cozinhar no limão. Algumas pessoas preferem o peixe mais cru com o aspecto de sashimi, por isso deixam curtindo apenas 15 minutos antes de servir; outros gostam dele mais curtido com o gosto do limão, então deixam curtindo por no mínimo 2 horas.

Pique a cebola roxa, o pimentão, a pimenta dedo-de-moça e o cheiro verde e misture ao peixe no limão. Seu ceviche dos Andes está pronto, bom apetite!

terça-feira, 10 de maio de 2011

Cruzeiros marítimos para todos os bolsos


Por Amanda Aron
/ Fotos: Thinkstock e Demétrio Koch

Os cruzeiros marítimos têm se tornado cada vez mais atrativos para os brasileiros na hora de escolher o que fazer nas férias. E não é só pelo conforto e diversão que os navios oferecem, os preços acessíveis e as facilidades de pagamento também contam.

A maioria dos roteiros nacionais sai dos portos de Santos (SP) e Rio de Janeiro (RJ), mas há ainda algumas opções para quem deseja embarcar em outras partes do País. Todos os destinos são cidades turísticas, como, por exemplo, Búzios (RJ), Vitória (ES), Florianópolis (SC), Ilhéus (BA) e até mesmo o paradisíaco arquipélago de Fernando de Noronha.

Os mais procurados são os chamados mini cruzeiros, que podem durar de 3 a 6 noites, com preços que variam de acordo com a quantidade de diárias no navio, data em que foi realizada a compra – muitas vezes comprar com antecedência pode garantir melhores preços –, cabine escolhida e o próprio navio. É possível encontrar pacotes a partir de R$ 750 por pessoa, valor que pode ser parcelado de acordo com o cartão de crédito e a companhia do navio.

Como economizar na hora de escolher um cruzeiro

Segundo a consultora de turismo Mineusa Gandelman, da agência Eretz Tur, “observar a escolha da cabine pode ajudar muito na hora da compra. Ela pode ser externa, com janela para o lado de fora – e aí o preço pode aumentar em até R$ 500 –, ou interna, muitas vezes sem janela alguma”, diz ela. Se você busca aproveitar toda a programação de entretenimento que o navio oferece a bordo, vale mais a pena optar por uma cabine interna. Já se o que você procura é uma viagem romântica a dois, com menos agitação, compensa escolher uma cabine externa.

Quanto mais no alto estiver localizada a cabine, mais elevado também é o preço. No entanto, se você for uma pessoa suscetível a enjoos, recomenda-se a escolha de uma cabine em andares superiores em que se sente menos o balanço do navio. Mas mesmo em cabines baixas, o balanço não é tão forte. É que os navios de hoje em dia possuem amortecedores tão modernos que quase não deixam o passageiro sentir que está navegando.

O que há para fazer a bordo

É claro que vai depender da companhia que você escolher. A maioria dos navios possui piscinas, discoteca, teatro, SPA, cassino, espaço para as crianças, academia, internet café, sauna e restaurante. Este último, dependendo do pacote comprado pelo passageiro, pode vir no sistema “all inclusive”, o que significa que toda a comida e bebida consumidas pela pessoa dentro do navio estão incluídas no pacote que ela escolheu, sem gastar além do que foi combinado na hora da compra. Boa parte dos cruzeiros oferece esse sistema e pode valer muito à pena, assim você aproveita a viagem tranquilamente, sem se preocupar com a fatura do cartão de crédito quando voltar à terra firme.

No Brasil, é proibido por lei o funcionamento de cassinos, mas quando o navio se encontra em águas internacionais, o serviço passa a ser permitido. Mesmo que você faça um cruzeiro nacional, o navio precisa se afastar da costa brasileira para navegar. É aí que os cassinos começam a funcionar. Mas fique atento, a prática de jogos pode fazer com que a sua viagem saia mais cara do que o planejado.

Na maioria dos pacotes de cruzeiros, alguns serviços como SPA e salão de beleza são cobrados à parte. Por isso, antes de fechar negócio pergunte a seu agente de turismo que serviços estão incluídos. E se surgir alguma dúvida a bordo não hesite em perguntar à tripulação. Apesar de muitas vezes ela ser formada por trabalhadores estrangeiros que não falam português, os funcionários são pessoas treinadas para garantir o seu conforto e ajudar no que for necessário.

Todo navio possui equipe médica a bordo 24 horas, para qualquer eventualidade ou emergência. Para evitar dor de cabeça não exceda no consumo de bebida alcoólica, use protetor solar e consuma bastante água. Lembrando que é proibido fumar dentro do navio.

O que devo levar comigo e como devo me vestir?

Não se esqueça de que você está saindo de férias e que os cruzeiros normalmente funcionam em alta temporada. Portanto, roupas leves, boné e óculos de sol são uma boa pedida para compor o vestuário. Tradicionalmente, os navios realizam a festa do comandante, nessa ocasião, mulheres devem trajar vestido de festa longo e homens terno e gravata. Se eventos de gala não fazem o seu estilo, não se preocupe, alguns navios possuem programação totalmente informal e não realizam a festa do comandante.

Passeios em terra

Viajar de navio não significa que você passará todos os dias em alto-mar. O navio faz paradas em algumas cidades turísticas escolhidas previamente no seu roteiro de viagem, e você poderá desfrutar de passeios pelas cidades. É possível fazer esses passeios de três formas:

- Pacotes comprados dentro do navio - Quando o navio se aproxima da cidade em que vai atracar, começam a ser vendidos a bordo alguns passeios, sendo a compra deles facultativa. A vantagem é que é um serviço especializado e, portanto, mais seguro;

- Pacotes comprados fora do navio - Muitas agências de turismo esperam os passageiros em terra e oferecem seus próprios passeios. Essa escolha pode representar uma economia de até 50% na hora de fechar negócio;

- Passear por conta própria - Se você já conhece a cidade de destino ou é daqueles que gostam de explorar novos locais sem o auxílio de um guia, é possível dispensar todos os serviços e passear por conta própria. Imprimir mapas e informações turísticas antes da viagem pode ajudar bastante. Mas cuidado: a embarcação tem hora marcada para partir, e se você não estiver no local e hora combinados para o embarque pode ficar “a ver navios”.

As opções de cruzeiros são muitas e, independentemente de qual for a sua escolha, viajar de navio sempre é uma alternativa que reúne diversão, lazer e tranquilidade em um só lugar, por um único preço. E você, já decidiu para onde vai nas próximas férias?